Astrologia Tibetana, origem, características distintas e diferenças das outras astrologias.

 








Sim, os tibetanos têm um sistema de astrologia próprio que é bastante complexo e não se alinha diretamente com o zodíaco ocidental. A astrologia tibetana, conhecida como "Tsi", é uma mistura de influências da astrologia chinesa e da astrologia indiana (védica), mas com uma base e uma interpretação únicas enraizadas no budismo tibetano, especialmente no Tantra de Kalachakra.


Principais características da Astrologia Tibetana:

Influência Chinesa: A astrologia tibetana incorpora o ciclo de 12 animais do zodíaco chinês (Rato, Boi, Tigre, etc.) e os Cinco Elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal, Água) da cosmologia chinesa. O calendário tibetano, assim como o chinês, é lunissolar.

Influência Indiana (Védica): Também há elementos da astrologia indiana, principalmente no que diz respeito aos cálculos astronômicos (efemérides) e ao uso do Zodíaco Sideral (baseado nas constelações fixas), em contraste com o Zodíaco Tropical ocidental (baseado nos pontos equinociais e solsticiais). Isso significa que as datas dos signos podem ser diferentes em comparação com o horóscopo ocidental.

Base Budista: O que torna a astrologia tibetana única é sua forte conexão com o budismo. Ela não é vista como uma mera superstição, mas sim como uma ferramenta prática para entender e curar o corpo e a mente em diferentes níveis. As características dos signos animais são frequentemente associadas a divindades budistas e a qualidades iluminadas.

Propósito Espiritual: A astrologia tibetana é usada para guiar decisões importantes na vida, prever eventos, entender o carma e até mesmo determinar dias auspiciosos para práticas espirituais. Ela oferece métodos para superar influências negativas e purificar o carma.

Em resumo, enquanto o zodíaco ocidental se concentra em 12 signos baseados em setores de 30 graus do caminho orbital do Sol, a astrologia tibetana é um sistema mais abrangente que integra tradições orientais e tem um forte componente espiritual e budista.

O que representa cada animal deste zodíaco:


 No Zodíaco Tibetano, cada um dos 12 animais tem características e simbolismos específicos, muitas vezes ligados aos Cinco Elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água). Embora existam variações e interpretações mais profundas, aqui está uma visão geral do que cada animal representa:


Os 12 Animais do Zodíaco Tibetano

Rato: Representa inteligência, adaptabilidade e charme. Pessoas nascidas sob este signo são vistas como espertas, sociáveis e com boa capacidade de se ajustar a diferentes situações.

Boi: Simboliza diligência, força e determinação. Pessoas do signo do Boi são geralmente vistas como pacientes, confiáveis e trabalhadoras.

Tigre: Representa coragem, liderança e paixão. São vistos como ousados, dinâmicos e com uma forte presença.

Coelho: Simboliza sensibilidade, gentileza e sorte. Pessoas nascidas neste ano são consideradas amáveis, cautelosas e com uma natureza pacífica.

Dragão: Representa poder, carisma e sorte. É um dos signos mais auspiciosos, associado a pessoas influentes, ambiciosas e com grande vitalidade.

Cobra: Simboliza sabedoria, intuição e mistério. Pessoas da Cobra são geralmente vistas como profundas, perspicazes e com uma natureza mais reservada.

Cavalo: Representa energia, liberdade e paixão. São considerados ativos, independentes e amantes da aventura.

Cabra (ou Carneiro/Ovelha): Simboliza criatividade, paz e compaixão. Pessoas deste signo são vistas como artísticas, gentis e que valorizam a harmonia.

Macaco: Representa inteligência, curiosidade e astúcia. São considerados versáteis, inovadores e com um bom senso de humor.

Galo: Simboliza observação, autoconfiança e organização. Pessoas do Galo são geralmente vistas como atentas aos detalhes, pontuais e com um forte senso de dever.

Cão: Representa lealdade, honestidade e proteção. São considerados fiéis, justos e com um grande senso de responsabilidade.

Porco: Simboliza generosidade, honestidade e prosperidade. Pessoas nascidas neste ano são vistas como bondosas, sinceras e que buscam o bem-estar.


Além dessas características gerais, o signo do animal de nascimento é combinado com um dos Cinco Elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água), que se alternam a cada ano. Essa combinação cria 60 variações possíveis (12 animais x 5 elementos), tornando a análise astrológica tibetana muito mais detalhada e personalizada.

Os 5 elementos: Madeira, Fogo, Terra, Ferro e Água.

Cada elemento influencia as características do animal de maneiras distintas. Por exemplo:

Madeira: Simboliza crescimento, flexibilidade e força. Pessoas nascidas sob este elemento tendem a ser criativas e estáveis.

Fogo: Representa energia, coragem e liderança. Indivíduos com este elemento são frequentemente apaixonados e entusiastas.

Terra: Significa estabilidade, persistência e praticidade. Pessoas deste elemento são organizadas, confiáveis e trabalhadoras.

Ferro: Associado à ambição, competição e independência. Indivíduos com este elemento são disciplinados e focados.

Água: Representa comunicação, observação e adaptabilidade. Pessoas com este elemento são comunicativas e aproveitam oportunidades.

O ciclo de 60 anos garante que cada combinação de animal e elemento ocorra apenas uma vez a cada 60 anos, criando uma tapeçaria rica e complexa de influências astrológicas.

Exemplo de quem é nascido no signo de Serpente:

A Serpente de Madeira: 

Combina a intuição da Serpente com a flexibilidade e criatividade da Madeira. Pessoas nascidas sob esta combinação tendem a ser mais adaptáveis, com uma mente analítica e uma habilidade natural para crescer e se desenvolver em diversas situações. Podem ser menos rígidas em suas opiniões e mais abertas a novas ideias, usando sua sabedoria de forma mais orgânica.


Serpente de Fogo:

Com o elemento Fogo, a Serpente ganha um toque de paixão e carisma. A intuição da Serpente de Fogo é mais intensa e dramática, e essas pessoas podem ser líderes natas com uma forte presença. Possuem uma mente afiada e podem ser bastante ambiciosas, usando sua sabedoria de forma mais assertiva e enérgica, mas precisam ter cuidado para não serem impulsivas.


Serpente de Terra:

A Serpente de Terra combina a profundidade da Serpente com a estabilidade, praticidade e realismo da Terra. Essas pessoas são geralmente ponderadas, confiáveis e bastante fundamentadas. Sua intuição é mais lógica e prática, e elas tendem a ser mais cautelosas e pacientes em suas decisões, buscando segurança e resultados concretos.


Serpente de Ferro (ou Metal):

Quando a Serpente encontra o Ferro, ela se torna mais decidida, ambiciosa e resiliente. A Serpente de Ferro possui uma intuição afiada e um intelecto poderoso, sendo capaz de tomar decisões firmes e rápidas. São pessoas com grande disciplina e foco, que perseguem seus objetivos com determinação, mas podem ser vistas como mais reservadas ou intransigentes.


Serpente de Água:

A Serpente de Água une a intuição natural da Serpente com a fluidez, comunicação e adaptabilidade da Água. Pessoas com essa combinação são altamente intuitivas, empáticas e flexíveis. Possuem uma grande capacidade de se adaptar a mudanças e de entender as emoções alheias. Sua sabedoria é mais sutil e profunda, e elas podem ser excelentes observadoras e conselheiras.




Reforçando os Princípios Básicos do Budismo Tibetano. Paz universal a todos.


 O budismo tibetano, também conhecido como Budismo Vajrayana, é uma forma única do budismo Mahayana que se desenvolveu no Tibete. Embora possua elementos distintos, seus princípios fundamentais são enraizados nos ensinamentos universais de Buda.


As Quatro Nobres Verdades


O cerne de todos os ensinamentos budistas, incluindo o tibetano, reside nas Quatro Nobres Verdades:

  • Dukkha (Sofrimento): A vida, em sua essência, é insatisfatória e permeada de sofrimento. Isso não se refere apenas à dor física, mas também à insatisfação, ao descontentamento e à impermanência de tudo que é agradável.
  • Samudaya (Origem do Sofrimento): A causa do sofrimento é o apego e o desejo (ou anseio) por coisas que são impermanentes, bem como a ignorância da verdadeira natureza da realidade.
  • Nirodha (Cessação do Sofrimento): É possível pôr fim ao sofrimento, alcançando o Nirvana, um estado de libertação do apego, do desejo e da ignorância.
  • Magga (Caminho para a Cessação do Sofrimento): Existe um caminho para a cessação do sofrimento, que é o Caminho Óctuplo.

O Nobre Caminho Óctuplo


Este é o guia prático para alcançar a libertação, dividido em oito aspectos interconectados:

  • Compreensão Correta: Entender as Quatro Nobres Verdades e a natureza da realidade.
  • Pensamento Correto: Cultivar pensamentos de não-violência, amor e compaixão.
  • Fala Correta: Evitar mentiras, calúnias, palavras rudes e fofocas.
  • Ação Correta: Abster-se de matar, roubar e má conduta sexual.
  • Meio de Vida Correto: Ganhar a vida de forma ética, sem prejudicar outros seres.
  • Esforço Correto: Desenvolver estados mentais positivos e eliminar os negativos.
  • Atenção Plena Correta: Estar consciente do corpo, das sensações, da mente e dos fenômenos.
  • Concentração Correta: Desenvolver a concentração através da meditação para alcançar estados de profunda tranquilidade e sabedoria.

Karma


O conceito de Karma é fundamental. Ele significa "ação" e se refere à lei de causa e efeito. Todas as nossas ações (físicas, verbais e mentais) criam impressões em nossa mente que, por sua vez, moldam nossas experiências futuras. A intenção por trás da ação é crucial para determinar seu resultado. Ações motivadas por compaixão e sabedoria geram resultados positivos, enquanto as motivadas por apego, aversão e ignorância geram sofrimento.


Renascimento (Samsara)


O budismo tibetano, como outras escolas budistas, acredita no Samsara, o ciclo contínuo de nascimento, morte e renascimento. As ações (karma) de uma vida determinam a forma da próxima existência. O objetivo final é escapar do Samsara e alcançar o Nirvana, a libertação completa do sofrimento.


Compaixão (Bodichita)


Um pilar central do budismo tibetano é o cultivo da compaixão (Karuna) e do amor benevolente (Metta). A Bodichita é a aspiração de alcançar a iluminação não apenas para si mesmo, mas para o benefício de todos os seres sencientes. Isso leva à prática da ajuda ativa e altruísta aos outros.


O Papel dos Lamas e a Linhagem


No budismo tibetano, os Lamas (professores espirituais) desempenham um papel vital. Eles são guias que transmitem os ensinamentos e a sabedoria de Buda através de linhagens ininterruptas. Muitos Lamas são reconhecidos como tulkus, ou seja, reencarnações de mestres espirituais anteriores, como o Dalai Lama. A relação com um Lama qualificado é considerada essencial para o progresso espiritual.


Meditação e Tantra


A meditação é uma prática central para desenvolver a concentração, a atenção plena e a sabedoria. O budismo tibetano também incorpora o Vajrayana, ou "Veículo do Diamante", que utiliza técnicas tântricas, como a visualização de deidades, mantras e rituais complexos, para acelerar o caminho para a iluminação.

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